sexta-feira, novembro 26, 2010

Pela bolsa de valores futebolísticos


Que não haja equívocos: não se trata de lançar qualquer suspeita de simpatias esclavagistas. Trata-se, isso sim, de voltar a lembrar que somos feitos das linguagens que usamos — sendo o jornalismo uma das artes mais exigentes na consciência, métodos e efeitos de tal uso.
Na prática, o que aqui desaparece é a dinâmica do próprio dispositivo económico-financeiro em que o futebol existe (como quase todas as actividades criativas, entenda-se), proclamando uma equivalência crua entre o homem e o dinheiro: não é a possível transferência de um jogador que se noticia — é o jogador que está à venda. A desumanização é isto. Informativa, ainda por cima.