Manuel Guimarães (1915-1975) é um daqueles nomes do cinema português que, nas últimas décadas, tem permanecido numa zona vaga de esquecimento e desconhecimento. Felizmente, agora, graças ao trabalho da editora Costa do Castelo — com cópias restauradas pela Cinemateca Portuguesa —, torna-se possível reavaliar os desafios, e também os limites, de uma obra que se enraizou algures entre um programa estético de reconversão da herança neo-realista e uma vontade de problematização crítica da sociedade portuguesa do Estado Novo. São cinco os títulos editados:
É uma oportunidade de redescoberta de todo um capítulo da produção portuguesa, tanto mais importante quanto susceptível de superar a herança de muitos clichés estéticos ou políticos. Além do mais, passa por aqui uma galeria de actores que importa não esquecer — entre eles: Virgílio Teixeira, Milú, Eugénio Salvador, Jacinto Ramos e Artur Semedo.