quarta-feira, novembro 10, 2010
Novas edições:
Philip Selway, Familial
Philip Selway
“Familial”
Bella Union
3 / 5
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Depois do vocalista Thom Yorke e de Johnny Greenwood, chegou a vez de Philip Selway, o baterista dos Radiohead, editar também um disco em nome próprio. Esta contudo não é a sua primeira aventura fora da banda cujo estatuto justificou a atenção que o lançamento deste álbum eventualmente possa ter chamado logo que foi anunciado… E data mesmo do início da década dos zeros o estabelecimento de uma série de contactos dos quais acabariam de nascer ideias e colaborações que agora se materializam em Familial. Foi em 2001 que Selway se juntou ao colectivo de músicos que Neil Finn (dos Crowded House) juntou para uma série de concertos (mais tarde até um disco). Foi aí que estabeleceu primeiras ligações com Lisa Germano e o baixista Sebastien Steinberg, dois dos parceiros que agora levou a estúdio, juntamente com outros mais (entre eles Glenn Kotche, dos Wilco) para a gravação de um ciclo de canções por si escritas para a sua própria voz. São dez temas, de despida fragilidade, a voz acompanhada por minimalista instrumentação acústica e a pontual intervenção de cordas em arranjos sempre discretos… Familial é um ciclo feito de baladas para voz sussurrada e palavras suaves. Não mergulha necesariamente nas entranhas da alma nem arrepia (como por exemplo o tão bem faz a sua colaboradora Lisa Germano). Mas é um disco que, sem impor uma presença, acaba por ganhar o seu espaço. Não vai mudar o mundo. Nem o rumo da obra dos Radiohead na próxima hora de tocar a reunir. Mas é uma agradável experiência a solo.