
Este texto foi publicado na edição de 23 de Outubro do DN Gente com o título “E se a II Guerra tivesse conhecido outro desfecho?”, integrando um trabalho sobre o escritor Philip K. Dick.
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Não faltam narrativas contadas em cenários de ficção que partem do pressuposto que alemães, japoneses e italianos teriam sido, ao contrário do que os livros de História contam, os vencedores da II Guerra Mundial. Este é, de resto, um frequente ponto de partida para muitos livros que se enquadram num género habitualmente classificado como "história alternativa"... Exemplos? Pátria, de Robert Harris, relata a história de um investigador da polícia alemã que descobre um plano secreto da Gestapo para eliminar os oficiais envolvidos num holocausto de quem ninguém nunca ouviu falar. 1945, co-assinado por Newt Grinch (político republicano que foi speaker da Câmara dos Representantes nos anos 90) e William R. Forstchen, fala de uma guerra fria entre americanos (vitoriosos contra os japoneses) e alemães (que triunfaram na Europa). Publicado em 1962, O Homem do Castelo Alto, de Philip K. Dick, vive num cenário alternativo que viu japoneses e alemães a vencer a guerra... Mas, longe de ser um romance com figuras políticas, desvia o gume da acção para a esfera de cidadãos comuns, o contexto acabando assim por surgir a meio do texto.
