quarta-feira, outubro 27, 2010

Quem manda no futebol?


É bem provável que se possa dizer que, hoje em dia, o futebol não existiria — ou existiria de forma ainda mais fragilizada — se não existissem as televisões (e os seus investimentos nas transmissões dos jogos). Poderá também considerar-se que as desencantadas declarações de Paulo Sérgio ao jornal A Bola decorrem sobretudo dos prejuízos que, segundo ele, atingem a sua equipa (embora ele não deixe de chamar a atenção para os interesses dos "clubes"). Em qualquer caso, as palavras do treinador do Sporting, além de legítimas e fundamentadas, merecem um sublinhado: afinal, é mesmo possível — urgente, digo eu — questionar os poderes que as televisões exercem sobre muitos elementos, factores e valores da dinâmica socio-cultural do país. Numa imprensa tantas vezes alheada da sua mais nobre vocação crítica, enredada em peripécias mais ou menos caricatas, banalmente fulanizadas e incentivando as mais primitivas formas de clubismo, é bom deparar com esta pequena diferença.