Shit Robot
“From The Cradle To The Rave”
DFA / Nuevos Medios
3 / 5
Apresenta-se sob a designação Shit Robot. Na verdade chama-se Markus Lambkin e é um DJ irlandês que em inícios dos noventas se mudou para Nova Iorque onde, cedo, estabeleceu uma parceria com James Murphy… Figura com um papel activo nas fundações de uma identidade que entretanto ganhou expressão global sob a designação DFA, Markus Lambkin tinha já uma série de máxis editados. Mas só agora o seu projecto pessoal se apresenta em álbum (onde, inevitavelmente, não faltam ilustres da DFA, como o são Juan McLean ou o próprip James Murphy). O título, From The Cradle to The Rave indica desde logo um caminho… O que nos leva do nascimento, ou seja, o primeiro contacto do músico com as referências que moldaram o seu gosto (e percurso) e o caminho que desde então foi sendo edificado, o presente como destino possível num presente (que adivinha ainda novos episódios já a seguir). Não deve ser por acaso que o kraftwerkiano Tuff Enuff abre o alinhamento, nas memórias das electrónicas pioneiras dos setentas residindo os ecos mais remotos da história que aqui revisitamos e que, mais adianta, passa pela pop electrónica dos oitentas em Take ‘em Up, pela house e italo disco de finais da mesma década em Simple Things (Work It Out) ou por temperos formais da tecnho em I Got A Feeling (num tema que depois evolui para um som caracteristicamente filiado na “escola” DFA). Contando com colaborações de vulto (além dos parcerios DFA está aqui, por exemplo, a voz tão característica de Alexis Taylor, dos Hot Chip), Markus faz deste seu primeiro álbum uma viagem que é puro deleite para quem viveu (ou aprendeu a conhecer) esta história da relação das electrónicas com a canção e a música de dança. Contudo, ao lado dos discos que já ouvimos de outras “figuras” DFA como Juan McLean, James Murphy (via LCD Soundsystem) ou Hercules & Love Affair (que entretanto deixaram a editora), o cardápio de canções é de relativa dieta nas restantes ideias…