segunda-feira, outubro 11, 2010
Novas edições:
Antony and the Johnsons, Swanlights
Antony and the Johnsons
“Swanlights”
Secretly Canadian / Popstock
3 / 5
Antony Hegarty foi uma das revelações maiores da década dos zeros e qualquer dos seus três discos como Antony and the Johnsons são pérolas que afirmaram não apenas um talento vocal único como uma escrita de rara capacidade em cruzar ecos de referências clássicas com uma linguagem muito pessoal onde o canto e o piano são elementos protagonistas, acolhendo em sua volta arranjos cuja eventual sumptuosidade nunca abafa a fragilidade da música que ali ganha forma. Antony habiuou-nos a pausas relativamente lonhas entre discos, mas desta vez surpreende-nos com um quarto álbum editado pouco mais de um ano e nove meses sobre o anterior The Crying Light. Swanlights coloca novas ideias em campo. Em primeiro lugar um optimismo que contrasta com assombrações outrora cantadas (Thank You For Your Love ou I’m In Love respiram uma nova luminosidade). Experimenta novas ideias definidas por outros jogos na instrumentação (guitarras acústicas mais evidentes, por exemplo, em The Great White Ocean, rebobinados no tema-título, a presença de texturas electrónicas nos cenários de vários momentos)… E inclui um desafiante dueto islandês com Björk em Flétta… Contudo, ao comparar estas com anteriores colecções de canções, Swanlights revela um alinhamento menos interessante… Curiosamente, é nos exemplos mais evidentes de ousadia formal, sobretudo no magnífico ensaio com electrónicas no tema-título, ou nas aventuras de maior fulgor rítmico de I’m In Love e Thank You For Your Love, ou seja, os instantes que mais se afastam do som dos discos anteriores, que encontramos o melhor de Swanlights. Indícios de caminhos futuros? Assim esperamos… Não seria má ideia.