terça-feira, outubro 19, 2010

Mozart (via Campos Elíseos)


Ainda o Festival Mozart na Fundação Gulbenkian: a passagem da Orchestre des Champs-Elysées, dirigida pelo maestro Philippe Herreweghe [foto], pelo Grande Auditório deixou uma nostalgia de depuração e beleza que importa registar. Em dois magníficos concertos, o primeiro com Andreas Staier, pianoforte, para o Concerto para Piano, nº 25 (9 Out.), o segundo dominado pelo Requiem, com o Collegium Vocale Gent & Accademia Chigiana Siena (10 Out.), assistimos a uma viagem mozartiana que se vai consumando, antes do mais, através de uma intransigente fidelidade aos parâmetros (e instrumentos) da época. Não por mera nostalgia técnica. Antes porque assim se pode convocar uma verdade formal que, à sua maneira, é também social e simbólica. Daí o sentimento de cerimónia que envolveu ambos os concertos.