domingo, outubro 17, 2010
Em ano de afirmação plena
Ao ser nomeada para a direcção da Baltimore Symphony Orchestra (BSO) em 2007, Marin Alsop tornou-se a primeira mulher a dirigir uma das grandes orquestras norte-americanas. E, através da sua ligação à Naxos, tem sido uma das figuras com mais interessante presença nos escaparates das novidades discográficas nos últimos meses através, entre outros, dos lançamentos de novas e magíficas) gravações de Nixon In China de John Adams ou da Missa, de Bernstein, um álbum dedicado a Gershwin na companhia de Jean-Yves Thibaudet ou as mais recentes contribuições para uma integral da obra sinfónica de Brahms (com a London Philarmonic Orchestra). Aluna e grande admiradora de Leonard Bernstein (que confessa admirar não apenas como músico mas também pela sua personalidade), a maestrina tem vindo a construir uma obra igualmente sem barreiras e agradavelmente versátil. Em ano de definitiva afirmação no panorama discográfico, Marin Alsop junta agora mais um título à sua obra, num disco que junta as sinfonias números 7 e 8 de Dvorák, uma vez mais com a BSO.
As duas obras datam da segunda metade da década de 80 do século XIX, numa altura em que o checo Antonin Dvorák (1841-1904) conhecia já uma reputação internacional (que culminaria na década de 90 com a sua mudança, por três anos, para os EUA). A sombria e intensa Sinfonia Nº 7 foi composta para a London Philarmonic Society na sequência de uma bem sucedida passagem por Londres em 1884. Sem perder a relação do compositor com ecos da música folk e interesse pelas danças (escute-se o scherzo, e as marcas são claras), a sinfonia reflecte sobretudo sobre formas que marcaram a música no período do romantismo. Estreada em Praga em 1890 e levada a Londres pouco depois a Sinfonia Nº 8 é uma obra mais optimista e, com a sétima, representa um conjunto que talvez represente o melhor da escrita orquestral do compositor checo, cuja projecção acabou algo toldada pelo sucesso que viria a obter a Sinfonia Nº 9 composta na sequência da passagem de Dvorák por Nova Iorque. Esta é a seguda edição em disco que Marin Alsop e a Baltimore Symphony Orchestra dedicam a Dvorák, sucedendo assim a uma gravação da Sinfonia Nº 9 lançada, também pela Naxos, em 2008.
Imagens de uma apresentação de um programa da BSO dedicado a Dvorák, entre o qual se inclui a Sinfonia Nº 7. Marin Alsop fala aqui da música do compositor checo.