São eles [da esquerda para a direita]: Rodrigo Pinheiro (piano, piano preparado), Gabriel Ferrandini (bateria) e Hernâni Faustino (contrabaixo) — o Red Trio esteve no Jazz em Agosto (dia 14), mostrando, e demonstrando, como uma formação enraizada na tradição pode surgir muito para além do espartilho de qualquer entendimento meramente tradicional das suas potencialidades.
De forma porventura sugestiva, talvez possamos dizer que cada instrumento do Red Trio funcionam a partir de uma desconcertante "inveja" em relação ao parceiro do lado: o piano ambiciona explorar as nuances cavas do baixo; a bateria procura a fluidez contrastada do piano; enfim, o contrabaixo assume-se como uma caixa de percussão. Na prática, isso inverte, ou melhor, desmonta o papel potencial de líder do piano (ou, em boa verdade, de qualquer um dos três instrumentos) — sentimos a música do Red Trio como uma aventura de cumplicidades, sempre na corda bamba do improviso, sempre contaminada pela utopia de uma paisagem em que todas as sonoridades se encaixam num discurso uno, a uma só voz.
Nesta perspectiva, o contacto com a perfomance ao vivo do Red Trio ajuda-nos a penetrar melhor nas estruturas do seu álbum recentemente lançado pela editora Clean Feed (intitulado apenas Red Trio): são aventuras de uma agressividade paradoxalmente sensual em que cada instrumento é convocado para testar os seus limites expressivos e, naturalmente, também os riscos calculados de cada um dos respectivos executantes. Como complemento esclarecedor, veja-se este video datado de 2008, com assinatura de Nuno Moita.
De forma porventura sugestiva, talvez possamos dizer que cada instrumento do Red Trio funcionam a partir de uma desconcertante "inveja" em relação ao parceiro do lado: o piano ambiciona explorar as nuances cavas do baixo; a bateria procura a fluidez contrastada do piano; enfim, o contrabaixo assume-se como uma caixa de percussão. Na prática, isso inverte, ou melhor, desmonta o papel potencial de líder do piano (ou, em boa verdade, de qualquer um dos três instrumentos) — sentimos a música do Red Trio como uma aventura de cumplicidades, sempre na corda bamba do improviso, sempre contaminada pela utopia de uma paisagem em que todas as sonoridades se encaixam num discurso uno, a uma só voz.
Nesta perspectiva, o contacto com a perfomance ao vivo do Red Trio ajuda-nos a penetrar melhor nas estruturas do seu álbum recentemente lançado pela editora Clean Feed (intitulado apenas Red Trio): são aventuras de uma agressividade paradoxalmente sensual em que cada instrumento é convocado para testar os seus limites expressivos e, naturalmente, também os riscos calculados de cada um dos respectivos executantes. Como complemento esclarecedor, veja-se este video datado de 2008, com assinatura de Nuno Moita.