Ilustração DN / André Carrilho
Vale a pena ler o artigo de Catarina Cristão, publicado no Diário de Notícias (25 Julho) com o título 'Videojogos levam à alienação de adolescentes na escola'. E tanto mais quanto a discussão dos problemas em causa quase sempre descamba nas dicotomias mais estúpidas, como se se tratasse de lançar a inteligência dos "adultos" contra a alienação dos "jovens"...
No fundo, o que aqui se aborda é um princípio muito básico: o de não simplificar, nem banalizar, o facto de a proliferação dos videojogos estar a configurar um novo paradigma de atenção — e também de distração — que não pode deixar de ser pensado em termos de consumo e relações humanas, quer dizer, como factor cultural. Em boa verdade, são questões há muito referidas por muitas pessoas que trabalham com as imagens (e os sons), considerando que a imposição unilateral de um qualquer padrão de visão/percepção traduz uma trágica perda civilizacional.
Infelizmente (ou felizmente...), terá sido necessário algum tipo de caução científica para que o assunto seja enquadrado com a seriedade que implica. Dito de outro modo: a abordagem dos videojogos como hipotéticos geradores de vício e dependência tem, agora, um trabalho de investigação que, por certo, vai ficar como referência essencial de conhecimento e pensamento. Assim, para além de dar conta de um caso verificado com uma turma do Liceu Francês, em Lisboa, o artigo do DN refere o artigo 'Television and Video Game Exposure and the Development of Attention' — trata-se de um estudo publicado pela Pediatrics (revista da Academia Americana de Pediatria) e encontra-se disponível online, em formato PDF.