Com a Dona Branca, de Alfredo Keil remarcada para finais de Setembro, a temporada lírica do Teatro Nacional de São Carlos faz um “intervalo” nos meses de Verão depois de um bem sucedido reencontro com a música de Tchaikovsky num Evgeni Oneguin que se pode contar entre os seus melhores momentos do ano. Drama romântico que parte do texto homónimo de Pushkin conhece na abordagem de Tchaikovsky uma intervenção musical que não se limita à sugestão de contextos, cenários e bases musicais para o canto, mas antes todo um denso (e intenso) conjunto de reflexões e expressões que aprofundam as qualidades da narrativa. A encenação, de Peter Konwitschny revelou algumas boas ideias, como por exemplo a relação da personagem de Tatiana com a cortina ou própria habitação do palco antes da ópera começar e durante o próprio intervalo. Menos eficaz no servir da evolução da narrativa (mas certamente decorrendo do facto de se ter estabelecido um intervalo único a meio do II Acto), a passagem do II para o III actos junta num mesmo instante uma sequela directa (e trágica) da cena do duelo já sob o ambiente musical festivo e luminoso de uma festa palaciana…
A récita que vi (a penúltima) destacou as qualidades vocais do baixo Alexei Tanovitski (Principe Gremin), tendo merecido ainda aplausos em sala o soprano Natalija Kovalova (Tatiana) e o tenor Musa Nkuna (Lenski). Boa prestação ainda da Sinfónica Portuguesa.
A récita que vi (a penúltima) destacou as qualidades vocais do baixo Alexei Tanovitski (Principe Gremin), tendo merecido ainda aplausos em sala o soprano Natalija Kovalova (Tatiana) e o tenor Musa Nkuna (Lenski). Boa prestação ainda da Sinfónica Portuguesa.