sexta-feira, julho 02, 2010

Reedições:
A Flock Of Seagulls, Listen


A Flock Of Seagulls
“Listen”
Cherry Pop
3 / 5

Dizia-se há uns 30 anos, e num tom jocoso, que os A Flock Of Seagulls eram uma banda que perdia mais tempo a pentear os cabelos que a pensar na música. A imagem dos músicos, de facto, podia sugerir tal opção de agenda e os penteados, felizmente, não deixaram grandes heranças. Mas bastava gastar uns minutinhos para verificar que a gracinha perdia o sentido assim que se passasse da contemplação das fotografias para a audição dos seus discos… Bom, em primeiro lugar (e para quem não se lembra ou não os conhece ainda), quem são os A Flock Of Seagulls? Apesar de nascidos em Liverpool, em 1979, foram dos últimos a entrar em cena em tempo de foco de atenções pop sob o movimento neo-romântico, então com paradigmas em nomes como os Visage, Ultravox e Duran Duran. O seu álbum de estreia, de 1982, não fugia muito aos modelos da canção com alma ritmica escutada no disco e no carácter metronómico da pop electrónica de primeira geração, com músculo talhado depois a guitarra, baixo e bateria, tal como os Duran Duran haviam projectado no seu disco de estreia, inscrevendo mesmo assim I Ran como um cartão de visita que lhes abriu portas e chamou atenções. Editado em 1983 o segundo álbum, Listen, mostrava um som de horizontes mais vastos, por um lado incorporando de forma mais profunda as electrónicas (às quais as opções de produção atribuiu um certo protagonismo), por outro escutando para as guitarras e baixo referências entre casos menos luminosos da geração pós-punk. 28 anos depois, o reencontro com Listen revela, por um lado, um som-retrato (portanto datado) da Inglaterra pop de inícios de 80, por outro uma galeria de ideias que voltaram a entusiasmar músicos no século XXI (a estreia a solo de Julian Casablancas que o diga). A presente reedição junta ao alinhamento lados B e versões máxi da época. Os extras da praxe, portanto.