Morning Benders
“Big Echo”
Rough Trade / Popstock
3 / 5
Já editam discos há quase cinco anos, tendo desde então colocado em cena uma série de EPs, a estreia em álbum datando de 2008. Mas dois anos depois de Talking Through The Tin Cans os Morning Benders (que chegam, de Berkley, na Califórnia) parecem querer afirmar a chegada a um outro patamar de ambições. Contando com a presença de Chris Taylor (dos Grizzly Bear) na produção, Big Echo apresenta-se como cartão de visita para um novo ciclo que os coloca num mesmo mapa indie rock onde caminham outros nomes que partilham iguais interesses entre as formas em construção do presente e ecos “clássicos” que remontam a referências de finais de 60. Excuses, o tema de abertura, parece ser herdeiro de uma certa visão solarenga de uma Califórnia que ao mesmo tempo não exlui o desencanto. Promises, logo a seguir, explora com detalhe as potencialidades cénicas do mundo de sons em torno da banda, aproximando-se do registo eloquente do magistral Veckatimest, dos Grizzly Bear. Estes acabam mesmo por ser uma presença transversal na forma como os arranjos definem o espaço em torno das canções escritas e compostas pelo vocalista e guitarrista Christopher Chu. Há contudo ainda trabalho a fazer. E nem sempre a grandiosidade dos cenários encontra narrativas e protagonistas à sua altura na matéria prima que são as canções. Longe de se afirmar como um daqueles álbuns a ficar na história de 2010, Big Echo revela novas potencialidades junto dos Morning Benders. Com prova dos nove a tirar em próximos lançamentos, a ver se, e como mostra a pintura que usam na capa do álbum, sempre conseguiram vencer as ondas…