sábado, julho 24, 2010

Fotografia documental
no "Getty" de Los Angeles

LEONARD FREED
Nova Orleães
1965

A história da fotografia dos últimos 50 anos — e, muito em particular, a história iconográfica dos EUA — sofre uma viragem dramática ao longo da década de 60, com a emergência de novas temáticas sociais e políticas sustentadas pelos mais diversos fenómenos culturais e contraculturais [vale a pena evocar, a propósito, a noção de contracultura tal como foi formulada por Theodore Roszak]. É, justamente, para observar algumas marcas dessa viragem que surge a exposição 'Engaged observers', em Los Angeles, no Museu Getty (29 Junho/14 Novembro).
Os observadores empenhados a que se refere o título são modelos da fotografia documental ("fotojornalismo", se preferirem) do último meio século, incluindo Philip Jones Griffiths (cuja foto de um soldado americano a falar com uma criança vietnamita surge na capa do catálogo), Leonard Freed (retratando a segregação racial nos anos 60, trabalho que deu origem ao livro de 1968, Black in White America), Susan Meiselas (com as suas imagens dos conflitos que abalaram a Nicarágua, em finais da década de 70), Mary Ellen Mark (testemunhando, em 1983, o quotidiano das crianças errantes das ruas de Seattle) e James Nachtwey (com um portfolio sobre as unidades médicas na guerra do Iraque, em 2006) — um painel notável de uma prática fotográfica que não desiste de olhar o mundo à sua volta, à nossa volta.

MARY ELLEN MARK
"Rat" e Mike com uma pistola, Seattle
1983