As telenovelas da TVI instalaram uma estética específica no espaço publicitário português: personagens mais ou menos anódinas, sugerindo diferenças sociais mais ou menos maniqueístas e com predomínio obrigatório dos mais jovens. É um marketing sem carne nem sangue em que que tudo se equivale na mesma indiferença e indiferenciação — as telenovelas mudam e as imagens são obscenamente iguais, intermutáveis.
Em boa verdade, o fenómeno está longe de ser uma invenção made in Portugal. Como se volta a provar pela promoção do novo episódio de Twilight [estreia portuguesa: 30 de Junho], este é um modelo transnacional — a bem dizer, apátrida — em que os figurantes contemplam obrigatoriamente o potencial espectador, sugerindo uma única forma de cumplicidade: "somos-jovens-e-consumidores". Que todos pareçam zombies (em ambos os exemplos), eis um detalhe cuja lição moral importa não menosprezar.
Em boa verdade, o fenómeno está longe de ser uma invenção made in Portugal. Como se volta a provar pela promoção do novo episódio de Twilight [estreia portuguesa: 30 de Junho], este é um modelo transnacional — a bem dizer, apátrida — em que os figurantes contemplam obrigatoriamente o potencial espectador, sugerindo uma única forma de cumplicidade: "somos-jovens-e-consumidores". Que todos pareçam zombies (em ambos os exemplos), eis um detalhe cuja lição moral importa não menosprezar.