quinta-feira, junho 24, 2010

Novas edições:
James Yuill, Movement In a Storm


James Yuill
“Movement In a Storm”

Moshi Moshi / Nuevos Medios
3 / 5

Nos últimos anos assistimos à entrada em cena de uma série de trovadores que não limitam a sua voz à companhia da guitarra (e outros instrumentos acústicos), entre ecos da folk e vivências na era digital descobrindo-se novos caminhos para heranças antigas que, assim, se reinventam. O londrino James Yuill apresentou-se em 2008 com Turning Down Water For Air, um primeiro álbum no qual definia uma personalidade com alma folk, todavia interessada na coabitação com os sons da idade das electrónicas. Ao trabalho em nome próprio foi juntando depois uma série de remisturas e operações de produção para nomes das Au Revoir Simone a Tilly And The Wall. E agora, dois anos depois, o seu segundo álbum, Movement In a Storm deixa claro que o interesse pelas electrónicas não era de superficialidade cosmética, mas antes uma manifestação de primeiros sinais de uma demanda mais clara em terreno pop que agora revela em disco. Apesar de não abandonar em definitivo a ocasional incursão por caminhos descendentes de um interesse antigo pela canção acústica, o novo álbum secundariza a face folk perante um protagonismo das electrónicas. Yuill não é o primeiro que vemos a tomar semelhante caminho, a estreia a solo de Erlend Oye partilhando algumas afinidades com o percurso que o inglês entretanto tomou. Todavia, enquanto nesse primeiro álbum fora dos Kings Of Convenience assistíamos a um desejo de Erlend Oye em ensaiar diálogos com nomes da frente da música electrónica de então, em Movement In a Storm escutamos um músico a encontrar em si mesmo as chaves para a sua redescoberta. O disco, mais que um ponto de chegada, sugere contudo o que parece ser um retrato de um tempo de transição, a noção de “folktronica” não se afastando ainda do horizonte, apesar de em muitas das canções se sentir já um evidente conforto em clima pop. Vai num bom caminho…