Nos últimos dois a três anos fez música para teatro, uma ópera, agora um disco para piano. Uma nova música. São desafios que lança a si mesmo?
O lado mau das coisas é que sou um viciado em drogas horrível. E como não ando a tomar drogas levo estas ideias para a minha arte. (risos)… Na verdade, e um pouco como consequência da doença da minha mãe senti a necessidade de trabalhar tanto quanto possível e criar tanto quanto podia.
Como se o trabalho aí fosse uma fuga?
Sim quase... A nossa relçação sempre teve a arte à nossa volta. Éramos os dois amantes das artes e a arte fazia parte da nossa relação. Mas também há uma certa ideia de escapismo no meio de tudo isto, sim.
A mãe acompanhou a criação e estreia da ópera Prima Donna. Queria terminá-la para que a pudese ainda ver em cena?
Sim, essa era a minha intenção. E fizemo-lo!
A ópera estreou em Manchester em 2009. Recentemente passou por Londres. E depois?
Vai a todo o lado! Depois vai a Toronto, à Austrália... A ópera está a ser a sua vida. E as opiniões foram variadas. Uns gostaram, outros destestaram. Muito do establishment foi destrutivo... Mas as lotações têm esgotado, há gente a chorar... Há uma relação difícil no mundo da música clássica e entre o que o público e os críticos pensam. É um outro mundo... Mas estou satiefeito. E é a minha primeira obra. E penso que, se se quer ser um compositor de ópera, não se pode ser avaliado pela primeira ópera que se faz.
Contava com reacções menos entusiasmadas por ser alguém que vinha do mundo da música pop?
Foi-me dito que iria haver reacções desse género, pelo que me preparei para enfrentar essa realidade... Todo o processo foi muito intenso. Mas já aconteceu, e em Londres há alguns dos mais críticos de ópera mais famosos no mundo. E são dos mais mauzinhos do mundo... (risos) E já ultrapassei tudo...
(continua)