New Young Pony Club
“The Optimist”
PIAS / Edel
3 / 5
Quando finalmente se fizeram notar, em 2007 (ao som de Ice Cream, na verdade originalmente editado dois anos antes), os New Young Pony Club pareciam ser mais um nome a arrumar na prateleira dos que então apanhavam o comboio em andamento de uma geração que havia redescoberto na memória pós-punk os condimentos para uma ideia pop/rock com corpo musculado de alma rock e um apetite para a dança. A angulosidade de Ice Cream chamou atenções, resultando contudo o álbum de estreia que se seguiu num inconsequente amontoado de experiências ao redor de ideias não muito distantes, com molho à anos 80 a ensopar o prato… Passaram três anos e, na hora de propor um segundo álbum, o grupo acaba por surpreender. Ao contrário dos tropeções em série que têm ceifado muitas das promessas nascidas em clima pop/rock (facção oitentas revisitados) em meados da década dos zeros, The Optimist é um seguro passo em frente. Mantém firme um contacto com uma pulsão rítmica devedora de heranças do disco, mas desta vez traça um quadro assombrado em canções que, mesmo juntando ecos de memórias pós punk (de Siouxsie & The Banshees a Blondie) mostra mais interesse em explorar o presente que em viver apenas da cor das citações… Electrónicas cruzam os cenários, o baixo dança com a percussão (na melhor escola de quem partiu dos Joy Division mas depois encontrou a luz). O optimismo a que o título alude não parece habitar canções que, mesmo desafiando as pernas a dançar, nunca sugerem um clima de festa. Não traz nenhum “mimo” irresistível como o foi Ice Cream. Mas propõe um corpo de canções que sugerem um percurso de fio a pavio e não obrigam o dedo a carregar no botão à procura da faixa seguinte…