Chama-se Vilde Frang e é um nome a seguir com atenção no panorama da música clássica. A jovem violinista norueguesa (nascida em 1986) conta já com um currículo impressionante apesar da ainda relativamente curta carreira, tendo já trabalhado com músicos como o seu compatriota (e pianista) Leif Ove Andnses, Gidon Kremer ou a London Philarmonic Orchestra. Estreia-se agora em disco, em companhia da Orquestra Sinónica da WDR, de Colónia, dirigida por Thomas Sondergard, interpretando obras de Jean Sibelius (1865-1957) e Sergei Prokofiev (1891-1953).
O disco junta assim dois compositores contemporâneos entre si (apesar de Sibelius alguns anos mais velho que Prokofiev), ambos tendo contudo partilhado um início de vida sob o poder czarista (a Finândia era um grão ducado sob poder russo quando Sibelius nasceu, declarando a independência em 1917). Vilde Fang escolheu para este disco dois concertos para Violino. O de Sibelius data de inícios do século XX, tendo conhecido estreia em 1905 em Berlim, com nada mais nada menos que Richard Strauss a dirigir. A obra, que revela no adágio uma puslão romântica, nasceu num período conturbado na vida do compositor, a sua conclusão tendo representado como que uma conquista… O Concerto Para Violino Nº 1 de Prokofiev data de alguns anos mais tarde. Expressando igualmente uma relação com heranças do romantismo, foi composto em finais dos anos dez, mas só conheceu estreia em Paris, em 1913. O alinhamento encerra com três Humoresques de Sibelius. O disco tem valido vários elogios à jovem violinista norueguesa, a luminosidade da sua abordagem a ambos os concertos sublinhando aqui sinais de uma presença que promete ir longe… É de facto um nome a seguir com atenção. E convenhamos que escolheu bem por onde começar uma carreira nos discos.