São tudo obras de 2005 a 2007, traduzindo um reatrato de um presente que afirma em Thomas Adès um dos valores mais seguros e cativantes da música dos nossos dias. Tevot, a obra “central” deste novo disco, representa um reencontro com Rattle e a Filarmónica de Berlim, que há cerca de uma década convocara o compositor britânico para lhe encomendar Asyla, uma peça sinfónica de alma surrealista em vários andamentos (que se tornou numa das referências fundamentais parta Adès). Tevot segue contudo outros caminhos. Obra para orquestra de um andamento único, é uma proposta intensa, que por vezes evoca o romantismo de finais do século XIX (numa escala por vezes quase wagneriana). O título (em hebraico) sugere uma ideia de “arca”… Uma arca que Adès refere como sendo a própria Terra, “uma nave que nos transporta – a nós e a outras espécies – através do espaço e em segurança. É a ideia da nave do mundo”… Tal como Tevot, também o Concerto Para Violino (com o sub-título Concentric Paths) são obras que decorrem das novas visões que a composição de The Tempest trouxe à música de Thomas Adès. O presente, que olha um futuro na história da música, passa definitivamente por aqui.
domingo, abril 25, 2010
Como numa nave, pelo espaço...
Voltamos a Thomas Adès, que de ano a ano se afirma como o mais interessante compositor deste início de século. Se em finais de 2009 a gravação da sua segunda ópera, The Tempest, gerou um dos acontecimentos editoriais do ano na área da música clássica, estes primeiros meses de 2010 assistem a mais uma edição imperdível. Novamente pela EMI Classics, um disco junta uma série de obras recentes (e também várias orquestras e maestros). Pela Filarmónica de Berlim, dirigida por Simon Rattle, ouve-se Tevot (a peça que dá título ao disco). A Chamber Orchestra of Europe, dirigida pelo próprio Adès, apresenta o Concerto Para Violino e Three Studies From Couperin. A fechar, e pela National Youth Orchestra of Great Britain, com Paul Daniel, ouvem-se momentos da ópera Powder Her Face.