segunda-feira, março 01, 2010
Pelos livros de Christopher Isherwood (1)
Num momento em que passa pelos ecrãs o filme Um Homem Singular, de Tom Ford, uma adaptação do romance A Single Man, de Christopher isherwood, passamos esta semana por alguns títulos da obra deste escritor inglês que viveu a maior parte da sua vida nos Estados Unidos e que, nos anos 30, residiu em Berlim. Berlim é cenário de muitos dos seus textos, talvez o mais célebre (e marcante) de todos seja Goodbye to Berlin, originalmente publicado em 1939. Pequenos contos interligados entre si retratam a vida da cidade entre 1930 e 1933, num tempo de mudanças políticas que culminam com a ascensão dos nazis ao poder. Muitas das personagens de Goodbye To Berlin partem de figuras reais, com as quais Isherwood conviveu no período em que também ele foi um berlinense (a comparação entre a realidade e a ficção surgindo anos depois, assinada pelo próprio, no mais claramente autobiográfico Christopher and His Kind). Judeus, homossexuais e comunistas, assim como figurantes entre cafés, bares e cabarets, passam pela narrativa, o seu quotidiano reflectindo o clima de progressiva intimidação que Isherwood acompanhava na cidade onde também viveu. Muitas vezes publicado juntamente com Mr. Norris Changes Trains (sob o título comum The Berlin Stories), Goodbye To Berlin serviu de base à adaptação da peça I Am A Camera, por John van Durten (em 1951) e, mais tarde, ao filme Cabaret, de Bob Fosse (1972).