As primeiras movimentações (e até mesmo um primeiro single, Tar, dos Visage), datam ainda de 1979. Mas é com a chegada de 1980 que o “culto sem nome” como lhe chamaria nesse mesmo ano uma edição da revista The Face, ganha visibilidade. As suas raízes moravam entre o Billy’s e o Blitz, dois clubes na Londres de então, em noites que contavam com a música dos Kraftwerk, La Dusseldorf, David Bowie, Roxy Music ou Ultravox por banda sonora. Na pista de dança, reencontravam-se gestos, poses e vestimentas que evocavam uma ideia de glamour que não se conhecia desde os dias do glam rock, porém segundo novos caminhos. Apesar de “sem nome” por alguns tempos, o movimento acabaria reconhecido como neo-romântico… Fez sobretudo história entre 1980 e 82, revelando nomes como os Visage, Duran Duran, Spandau Ballet, Classix Nouveaux, A Flock Of Seagulls ou Depeche Mode e acolhendo bandas já com vida anterior, dos Human League, Landscape ou até mesmo, por um instante, os Japan. Ao longo das próximas semanas vamos aqui evocar episódios de uma história que marcou o panorama pop/rock há precisamente 30 anos.
E começamos com os Visage… No Blitz Steve Strange ditava uma rígida política à porta: quem não vinha vestido de acordo com a “onda”, não entrava (fosse quem fosse)… Na cabine, Rusty Egan era o DJ de serviço… Os dois, aos poucos, foram imaginando uma banda, que em 1979 se materializa como Visage, chamando pouco depois a colaboração de músicos dos Ultravox e Magazine. Depois de um quase ignorado single de estreia ainda em 1979, é já em 80 que juntam uma canção a uma cada vez maior visibilidade destas noites no Blitz e Billy’s na imprensa musical. Tinham já um primeiro álbum gravado quando o single chega às lojas, servindo-lhe de perfeito cartão de visita. Na verdade, Fade To Grey, o segundo single dos Visage, acabaria mesmo por representar o paradigma do movimento. Aqui fica o teledisco.
Visage
‘Fade To Grey’ (1980)