Shakespeareano, talvez... mas em tom francamente menor. A manchete de hoje do Correio da Manhã vem confirmar que o espaço público se tornou uma mera câmara de ecos das novidades mais ou menos bombásticas que cada órgão de informação possa ter para... o dia seguinte.
Não admira que reine essa estupidez primitiva (passe a redundância) segundo a qual chamar a atenção para o simplismo de um qualquer retrato "escandaloso" de uma determinada figura política seria, necessariamente, exprimir um ponto de vista conotado com o respectivo partido ou espaço ideológico. Importa, por isso, repetir pela milionésima vez que é outra coisa que está em causa, mesmo que todos os factos reportados sejam imaculadamente indesmentíveis. O que está em causa — seja com Santana Lopes, José Sócrates ou a mais insignificante personagem da cena política — é a progressiva deriva do espaço público, de um território de informação, confronto e pensamento, para uma mera paisagem de conflitos todos os dias relançados por mecanismos de "diversão" mediática. Mesmo quando é a verdade que está em jogo? Sobretudo quando é a verdade que está em jogo.
Não admira que reine essa estupidez primitiva (passe a redundância) segundo a qual chamar a atenção para o simplismo de um qualquer retrato "escandaloso" de uma determinada figura política seria, necessariamente, exprimir um ponto de vista conotado com o respectivo partido ou espaço ideológico. Importa, por isso, repetir pela milionésima vez que é outra coisa que está em causa, mesmo que todos os factos reportados sejam imaculadamente indesmentíveis. O que está em causa — seja com Santana Lopes, José Sócrates ou a mais insignificante personagem da cena política — é a progressiva deriva do espaço público, de um território de informação, confronto e pensamento, para uma mera paisagem de conflitos todos os dias relançados por mecanismos de "diversão" mediática. Mesmo quando é a verdade que está em jogo? Sobretudo quando é a verdade que está em jogo.