Foto: Pete Souza (White House)
Foi o melhor momento mediático de Barack Obama desde a sua tomada de posse e também o seu melhor discurso desde os dias de campanha. No seu primeiro State Of The Union, contudo, foi um presidente e não um candidato quem falou. E as diferenças foram claras. A construção de um discurso (magistralmente escrito, diga-se) não mais seguiu a lógica quase musical de outros tempos. Sem refrões, mas mantendo um sentido de ritmo e arrumação das ideias que deixou claro todo o conjunto de reflexões, propostas e mesmo recados que Obama deixou a quem o escutava. Directo, duro por vezes nas palavras, mas sem nunca perder o seu característico sentido de humor.
Obama fez do emprego e da economia o seu objectivo primeiro. Isto sem deixar de manter na proa das atenções a reforma na saúde, falando também de importantes questões na área da educação, energia, ambiente ou segurança. Inclusivo, de facto, como revelara nos dias de campanha. Pediu a todos “união” na hora de resolver assuntos. Criticou os democratas por, perante a maior maioria que têm em ambas as câmaras em largos anos, se comportarem por vezes como se tal não existisse. Aos republicanos deixando também uma nota sobre a forma como têm feito oposição, responsabilizando-os assim igualmente quanto ao sentido da governação. E, referindo-se à palavra-chave da sua campanha, que quase nem empregou no discurso, lembrou que sabia que a “mudança” não seria fácil. Mas acrescentou que não era tarefa a solo sua. Mas de todos.
No final a CNN mostrava uma sondagem que dava 48% de opiniões classificando o discurso como “muito bom” e 30% como bom. Uns 78% de aprovação, portanto. Nota invulgar: não houve “boooos”, apesar de em alguns momentos de aplausos o som ter ficado apenas por parte dos democratas.
A CNN fez uma cobertura exaustiva do discurso. Pode ver aqui o discurso, comentários e reacções.