Gravou apenas três álbuns. Mas entre eles um dos mais marcantes títulos da discografia dos anos 90. Chamou-lhe La Llorona e, nesse 1998, o disco colocava em cena o nome de Lhasa de Sela. O disco, não sendo um auto-retrato, acabava por traduzir passos e espaços de uma vida de invulgar nomadismo. Lhasa nasceu numa pequena cidade do estado de Nova Iorque em 1972, filha de um mexicano e uma americana. Viveu a infância habitando o espaço de uma carrinha de escola transformada, num quase ziguezague entre o Méxicio e os EUA, na verdade nunca muito longe da fronteira. Essas memórias, vivências e sons ganharam forma em La Llorona, o álbum de estreia que imediatamente conquistou atenções mundo fora.
Por essa altura vivia já no Canadá, anos depois passando uma temporada em França, onde trabalhou num circo, na companhia das suas irmãs. A sua discografia passa por todas estas geografias e culturas, com canções em castelhano, francês e, no último disco, em inglês. Lhasa de Sela morreu na sexta-feira, com apenas 37 anos, vítima de cancro da mama.
O Sound + Vision deixa aqui a memória de um dos seus telediscos. Con Toda Palabra, do álbum de 2003 The Living Road.