Como se discute (ou evita discutir-se) a responsabilidade social dos jornalistas? — este apontamento integrava uma crónica de televisão publicada no Diário de Notícias (4 de Dezembro), com o título 'Olhar e escutar'.
Na sua qualidade de director de informação da RTP, José Alberto Carvalho [foto] redigiu algumas recomendações internas sobre a relação dos jornalistas da casa com a blogosfera e as chamadas redes sociais: palavras generalistas e pedagógicas, relembrando responsabilidades inerentes ao labor específico do jornalismo. Tanto bastou para que o país mediático fosse agitado pelo fantasma da “censura”.
Na sua qualidade de director de informação da RTP, José Alberto Carvalho [foto] redigiu algumas recomendações internas sobre a relação dos jornalistas da casa com a blogosfera e as chamadas redes sociais: palavras generalistas e pedagógicas, relembrando responsabilidades inerentes ao labor específico do jornalismo. Tanto bastou para que o país mediático fosse agitado pelo fantasma da “censura”.
A situação seria apenas caricata, se não fosse patética. Podemos e, certamente, devemos discutir opções da RTP, por exemplo na colagem a determinados modelos populistas (incluindo na informação). Mas é, de facto, inquietante que circule a noção de que o jornalista (da RTP ou seja de onde for) é aquele que pode dizer os disparates que lhe passarem pela cabeça sem prestar contas ao colectivo social em que se insere. Aos que só conhecem a dicotomia pueril “verdade/censura”, sugere-se que comecem a desmontar as irresponsabilidades “jornalísticas” que todos os dias se multiplicam no seio da radiosa “liberdade” da Internet. De preferência, não participando na sua escrita.