DEZ
Abbas Kiarostami, 2002
Se é verdade que o cineasta iraniano Abbas Kiarostami nos tem ensinado a revalorizar o mais básico poder do cinema — testemunhar o mundo vivo, material, não virtual —, então esta é a apoteose do seu método: uma dezena de conversas registadas num carro em movimento, protagonizadas pela mulher (Mania Akbari) que o conduz e por várias personagens do seu dia a dia. Em termos sociólogicos, trata-se de um impressionante painel sobre as relações homens/mulheres; indissociavelmente, superando qualquer maniqueísmo entre "documentário" e "ficção", Dez expõe-nos as transparentes e perversas formas de poder que a troca de palavras pode envolver. Passa-se praticamente tudo no espaço fechado de um carro, apenas com dois tipos de enquadramentos (a condutora e o acompanhante), mas é das coisas mais vertiginosas que se possa imaginar — aliás, ver e ouvir. Eis um fragmento de Ten on 10, uma apresentação do próprio Kiarostami.
Abbas Kiarostami, 2002
Se é verdade que o cineasta iraniano Abbas Kiarostami nos tem ensinado a revalorizar o mais básico poder do cinema — testemunhar o mundo vivo, material, não virtual —, então esta é a apoteose do seu método: uma dezena de conversas registadas num carro em movimento, protagonizadas pela mulher (Mania Akbari) que o conduz e por várias personagens do seu dia a dia. Em termos sociólogicos, trata-se de um impressionante painel sobre as relações homens/mulheres; indissociavelmente, superando qualquer maniqueísmo entre "documentário" e "ficção", Dez expõe-nos as transparentes e perversas formas de poder que a troca de palavras pode envolver. Passa-se praticamente tudo no espaço fechado de um carro, apenas com dois tipos de enquadramentos (a condutora e o acompanhante), mas é das coisas mais vertiginosas que se possa imaginar — aliás, ver e ouvir. Eis um fragmento de Ten on 10, uma apresentação do próprio Kiarostami.