Diploma do Nobel da Paz
Copyright © The Nobel Foundation 2009
Artista: Per Fronth
Caligrafia: Inger Magnus
Reprodução fotográfica: Thomas Widerberg
Copyright © The Nobel Foundation 2009
Artista: Per Fronth
Caligrafia: Inger Magnus
Reprodução fotográfica: Thomas Widerberg
Tendo em conta a constante valorização mediática do superficial e do anedótico, é bem provável que o discurso de Barack Obama, agradecendo o Prémio Nobel da Paz (hoje, em Oslo — ver dossier em The New York Times), acabe muitas vezes por ser reduzido a citações mais ou menos telegráficas, fora de contexto — aliás, um pouco por toda a parte, já está a sê-lo.
Não que as palavras do Presidente dos EUA sejam, possam ser, ou devam ser consensuais. Aliás, num misto de objectividade e distanciamento, a BBC resume a sua dura complexidade através de um título revelador: 'Obama defende a guerra no momento de receber o Prémio Nobel da Paz'. Daí a importância de não nos ficarmos por frases soltas, supostamente portadoras de "polémica" ou mediaticamente forçadas a isso — daí também a sugestão de leitura do discurso, na íntegra, através do link disponível no final deste post.
Afinal de contas, este foi o discurso em que, a certa altura, Obama disse: "Temos que começar por reconhecer a crua verdade: não conseguiremos erradicar os conflitos violentos durante as nossas vidas. Haverá momentos em que as nações — agindo individualmente ou em aliança — considerarão o uso da força, não apenas necessário, mas moralmente justificado."
Foi um discurso de enorme complexidade política e de radical desafio filosófico. No seu ponto de fuga utópico, e de acordo com a herança ética de Martin Luther King, Jr., recordada por Obama, está a vontade de não abdicar daquilo que King chamava a possibilidade moral ("oughtness") do ser humano — Let us reach for the world that ought to be.
>>> Site oficial: Prémio Nobel da Paz 2009.
>>> Discurso integral de Barack Obama no site da Casa Branca.