Morreu David Levine, um dos mais geniais caricaturistas do século XX, especialmente conhecido através do seu trabalho nas páginas de The New York Review of Books.
Nascido em Nova Iorque, a 20 de Dezembro de 1926, ambicionou ser pintor e, de facto, até ao começo dos anos 60, produziu um conjunto de trabalhos sobre a zona de Coney Island e as suas personagens mais características, num tom de serena contemplação que alguns observadores consideram paradoxalmente contrário à contundência de muitas das suas caricaturas. Começou a colaborar em 1963 na New York Review, com a qual manteve uma ligação regular até 2007. A sua obra encontra-se dispersa por muitas outras publicações, incluindo The New York Times, The Washington Post, Rolling Stone, Time, Newsweek, Playboy e The New Yorker. John Updike, escritor por ele várias vezes retratado, dizia que os seus desenhos possuem a virtude de um "conforto" contrário ao desespero dos nossos tempos, transmitindo-nos o "sentido de alguém que observa".
Levine sofria de uma doença que, nos últimos anos, tinha afectado seriamente as suas faculdades de visão; veio a falecer a 29 de Dezembro de 2009, no New York Presbyterian Hospital, vitimado por cancro da próstata. Em termos quantitativos, só na New York Review, o seu legado ascende a 3800 desenhos.
>>> Obituário em The New York Times.
>>> A galeria de David Levine em The New York Review of Books.