Continuamos a fazer um percurso através dos álbuns dos Kraftwerk que agora são reeditados com som remasterizado. Ordenados cronologicamente, passamos hoje por The Mix, de 1991.
Não é um best of. Nem o grupo queria que alguma vez o fosse. The Mix (capa original ao lado) representou, antes, a vontade de actualizar ideias, de olhar e repensar a obra gravada desde 1974, projectando nas novas gravações algumas das ideias que, entretanto, haviam surgido ao vivo e, assim, integradas na história evolutiva das composições. Estávamos em inícios dos anos 90. Wolfgang Flur tinha deixado o grupo em 1987. Nos estúdios Kling Klang a ordem de trabalhos assistia à digitalização do arquivo de sons. Perante novas ferramentas, os Kraftwerk gravaram The Mix como mais que um álbum de remisturas. Na verdade gravaram novas versões, a todas elas aplicando uma agenda rítmica pensada em função da pista de dança, afinal, e desde há muito, um dos destinos da música do grupo e também um dos focos da curiosidade dos seus elementos. O alinhamento de The Mix passa por momentos de todos os álbuns editados desde 1974, em alguns casos propondo abordagens significativamente distintas. As novas versões de The Robots e Radio-Activity foram então editadas como single. A acompanhar o lançamento do álbum, uma nova digressão chegou à estrada, revelando muitos dos temas apresentados abordagens semelhantes às que então haviam trabalhado para este disco.