Vale a pena conhecer esta pequena entrevista de Madonna, à Sukkiri TV, do Japão (difundida a 31 de Outubro). O pretexto é o lançamento da antologia Celebration. Madonna comenta a sua canção preferida (Ray of Light), fala da participação da filha no teledisco de Celebration e evoca, de forma breve e exemplar, a herança de Michael Jackson. Em todo o caso, importa reter o próprio dispositivo televisivo. De facto, o ecrã passou a ser entendido, menos como uma "janela sobre o mundo" (utopia cinematográfica) e mais como um painel, em tudo e por tudo semelhante a um ecrã de computador (ou telemóvel): é um espaço geométrico e, à sua maneira, friamente racional que serve para escrever e inscrever todo o tipo de informações — repare-se, por exemplo, nos rostos que vão alternando no canto inferior esquerdo (apresentadores do programa?) ou no pormenor da meteorologia, em cima, à esquerda. Nada de novo, é certo: apenas a delirante exponenciação de uma estética informática que contamina de forma crescente o conceito de ecrã.