Completara 100 anos no dia 28 de Novembro de 2008 — o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, autor de Tristes Trópicos, morreu a 31 de Outubro, na sua casa em Paris. O falecimento apenas foi anunciado hoje, 3 de Novembro, dia do funeral na aldeia de Lignerolles, onde possuía uma casa de campo.
Será, porventura, uma ironia (que a história talvez se encarregue de ir relativizando) o facto de Lévi-Strauss ser normalmente apelidado de "pai do estruturalismo". Não que ele não tenha sido uma figura absolutamente decisiva nessa corrente que tenta descrever e desmontar as estruturas que sustentam as actividades humanas, cruzando o núcleo de ideias do século XX, desde o papel precursor de Ferdinand de Saussure (1857-1913) até aos trabalhos de pensadores como René Thom (1923-2002), com a teoria das catástrofes, Roland Barthes (1915-1980), nos estudos semiológicos, ou Louis Althusser (1918-1990), na reinterpretação crítica do marxismo. O certo é que, ao mesmo tempo, a obra de Lévi-Strauss possui uma dimensão romanesca que não contraria, antes intensifica, o grau de exigência das suas investigações.
Tristes Trópicos, precisamente, cuja primeira edição data de 1955, é um livro lendário — sem dúvida dos mais célebres de todo o século XX [capa da edição de bolso: Terre Humaine, 2001] — que ilustra a pluralidade da sua intervenção. Em grande parte baseado nas suas expedições etnográficas no Brasil, apresenta-se também como um ensaio filosófico e uma deambulação autobiográfica.
As Estruturas Elementares do Parentesco (1949), Raça e História (1952), Pensamento Selvagem (1962) e O Cru e o Cozido (1964), este o primeiro de uma série de quatro volumes sobre os homens e os mitos, são alguns títulos emblemáticos da sua obra. Talvez se possa resumir o seu alcance — e também as suas ramificações e influências —, considerando que Lévi-Strauss nos ajudou a olhar e pensar o mundo para além de qualquer "centralismo" ocidental, abrindo o conhecimento para a infinita variedade do factor humano.
Será, porventura, uma ironia (que a história talvez se encarregue de ir relativizando) o facto de Lévi-Strauss ser normalmente apelidado de "pai do estruturalismo". Não que ele não tenha sido uma figura absolutamente decisiva nessa corrente que tenta descrever e desmontar as estruturas que sustentam as actividades humanas, cruzando o núcleo de ideias do século XX, desde o papel precursor de Ferdinand de Saussure (1857-1913) até aos trabalhos de pensadores como René Thom (1923-2002), com a teoria das catástrofes, Roland Barthes (1915-1980), nos estudos semiológicos, ou Louis Althusser (1918-1990), na reinterpretação crítica do marxismo. O certo é que, ao mesmo tempo, a obra de Lévi-Strauss possui uma dimensão romanesca que não contraria, antes intensifica, o grau de exigência das suas investigações.
Tristes Trópicos, precisamente, cuja primeira edição data de 1955, é um livro lendário — sem dúvida dos mais célebres de todo o século XX [capa da edição de bolso: Terre Humaine, 2001] — que ilustra a pluralidade da sua intervenção. Em grande parte baseado nas suas expedições etnográficas no Brasil, apresenta-se também como um ensaio filosófico e uma deambulação autobiográfica.
As Estruturas Elementares do Parentesco (1949), Raça e História (1952), Pensamento Selvagem (1962) e O Cru e o Cozido (1964), este o primeiro de uma série de quatro volumes sobre os homens e os mitos, são alguns títulos emblemáticos da sua obra. Talvez se possa resumir o seu alcance — e também as suas ramificações e influências —, considerando que Lévi-Strauss nos ajudou a olhar e pensar o mundo para além de qualquer "centralismo" ocidental, abrindo o conhecimento para a infinita variedade do factor humano.
>>> Obituário no jornal Le Monde.
>>> Obituário em The New York Times.
>>> Videos de Claude Lévi-Strauss no site do INA.