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Digamos, para já, e de forma empolgada: é uma exposição fascinante, esta que Jorge Molder apresenta, na Fundação Gulbenkian (
até 27 de Dezembro). O seu título — "A Interpretação dos Sonhos" — decorre da sua série mais recente de fotografias (2009), retomando o título da obra de Sigmund Freud (
publicada em 1899) para condensar as singularidades de um conjunto de imagens que integram o paradoxo das memórias oníricas: nítidas e indizíveis. Há ainda "O Pequeno Mundo" (2000), uma espécie de antologia de auto-retratos de calculada ambivalência dramática, e "Não tem que me contar seja o que for" (2006-2007), trabalhos de metódica cópia & reinvenção de alguns fotogramas de cinema (Chris Marker, Hitchcock, Resnais, etc.). São fotografias rigorosamente quadradas, ambicionando a científica desordem dos sonhos.