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Continuamos a fazer um percurso através dos álbuns dos Kraftwerk que agora são reeditados com som remasterizado. Ordenados cronologicamente, passamos hoje por
The Man Machine, de 1978.
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Editado em 1978,
The Man Machine (capa da edição original ao lado) levou ainda mais adiante as ideias que o anterior
Trans Europe Express havia já moldado a um patamar de notória personalidade e visão. De novo trouxe essencialmente uma ainda maior focagem na exploração do formato da canção pop, tendo apresentado aquela que talvez seja a canção paradigma da pop electrónica (geração de 70):
The Model, um absoluto clássico do seu tempo. Igualmente nova é a presença de Karl Bartos nos créditos de composição, o que até então não havia acontecido. O álbum foi, como os anteriores, gravado nos estúdios Kling Klang, conheceu depois posteriores sessões de trabalho num outro estúdio não muito distante, onde um produtor de Detroit contribuiu para a mistura final. É um disco relativamente curto, com apenas seis composições, todas elas contudo absolutas pérolas, o que certamente explica o estatuto de clássico que o disco ganhou com o tempo. Como sucedera nos discos anteriores, um conceito arruma ideias, desta vez explorando a ideia do homem-máquina. É ainda com este disco que aparece pela primeira vez uma nova ferramenta promocional: os robots. Robots que não só começam a surgir a dados momentos em palco, como a ser usados nas sessões fotográficas para efeitos promocionais. A capa de
The Man Machine é uma das mais célebres da discografia de 70, citando claramente as linhas geométricas do construtivismo soviético dos anos 30 e em particular a obra de El Lissitzky (que chega mesmo a ser citado nos créditos).