Iniciamos hoje um percurso através dos álbuns dos Kraftwerk que agora são reeditados com som remasterizado. Ordenados crolologicamente, começamos por Autobahn, de 1974.
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Com trabalho feito desde finais dos anos 60 e discografia lançada desde 1970, os Kraftwerk mostravam, a caminho de 1974, um cada vez mais evidente desejo de juntar uma série de conceitos a uma música que, igualmente, começavam a arrumar com outra ordem. A sua música mostrava, de disco para disco, uma progressiva busca de formas mais claras, um interesse pela melodia, abandonando aos poucos os terrenos da música experimental em que haviam dado os primeiros passos algum tempo antes. Em 1974 um novo disco (capa original ao lado) deixava claro que algo mudara. O lado A propunha uma única composição, de 22 minutos, de título Autobahn, com breve participação vocal, na qual sublinhavam uma identidade alemã celebrada pelas novas auto-estradas que corriam o país, de uma forma algo semelhante à maneira como, anos antes, os Beach Boys haviam lançado pelo mundo fora retratos da Califórnia através do surf… Ao conceito aliavam uma primeira abordagem a algo que se aproximava da canção pop. E, reduzida a uma versão de três minutos, a mesma faixa transformava-se pouco depois num fenómeno pop na Europa e também nos EUA. No lado B surgiam quatro novas composições, umas ainda a reflectir a presença de elementos da primeira fase da sua obra (como uma flauta, protagonista em Morgenspatziergang), outras explorando claramente o interesse pelo melodismo da canção pop (Kometenmelodie 2, editada como segundo single), todavia sem palavras.