As palavras foram de José Mário Branco, que então era o primeiro a fazer as honras da casa: "Contem com isto de nós." Nós, entenda-se, ele mesmo, Sérgio Godinho e Fausto, que ali apresentavam a estreia do espectáculo Três Cantos. Com casa cheia, o Campo Pequeno respondeu com mais uma salva de palmas, aceitando a proposta. O músico tinha também acabado de descrever o que chamara tanta gente para frente a um palco. "Está aqui sintetizado o que somos, dizemos e vivemos há 40 anos", explicava, lembrando que cada um o fez "à sua maneira". E foi, de facto isso, o que esta magnífica noite confirmou.
O concerto tinha começado alguns minutos antes, com uma série de três canções de cada um dos protagonistas, todas partilhadas vocalmente em trio. Guerra e Paz (de Sérgio Godinho), Travessia do Deserto (de José Mário Branco) e Como Um Sonho Acordado (de Fausto) abriam a noite sob uma agenda de experiências trocadas, o que não impediu depois breves momentos a solo por cada um. Aí José Mário Branco convidou Carlos Bica e José Peixoto para um Onofre com bom swing. Sérgio acolheu a multidão que entrou em cena em O Primeiro Dia. E Fausto sublinhou quão actual pode estar Eis Aqui o Agiota.
A ligação ao presente foi, de resto, uma marca de vida activa que contrariou o que muitos poderiam julgar como uma noite de memórias. Ouviram-se canções dos mais recentes discos de cada um dos três, todas elas a vincar caminhos pessoais muito claros, mas que não escondem referências cruzadas em várias etapas das respectivas obras.
Um tom festivo, mesmo informal, dominou a condução dos acontecimentos. As gargalhadas chegaram mesmo de ambos os lados do palco n'O Charlatão, uma das canções do alinhamento que traduzia algumas das mais antigas colaborações entre os músicos em cena.
As reacções da plateia traduziram cumplicidade entre público e cantores quando se cruzaram memórias dos dias em que algumas destas canções foram uma arma. Foram particularmente vibrantes os momentos que acolheram a partilha de clássicos como Maré Alta e Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades. Vibração que cresceu mais ainda ao som de Eu Vi Este Povo a Lutar ou Que Força É Essa (versão O Irmão do Meio). O lirismo gerou outras sensações com Rosalinda. A festa conquistou a sala numa leitura teatralizada de Quatro Quadras Soltas. Houve espaço para lembrar José Afonso em De não Saber o Que Me Espera. E até um inédito: Faz Parte (O Retorno das Audácias). Houve atropelos (ninguém se importou), risos, palmas. E no final, depois de euforia para voz e percussão, cravos vermelhos, para os três. Em duas palavras: simplesmente inesquecível!
O concerto tinha começado alguns minutos antes, com uma série de três canções de cada um dos protagonistas, todas partilhadas vocalmente em trio. Guerra e Paz (de Sérgio Godinho), Travessia do Deserto (de José Mário Branco) e Como Um Sonho Acordado (de Fausto) abriam a noite sob uma agenda de experiências trocadas, o que não impediu depois breves momentos a solo por cada um. Aí José Mário Branco convidou Carlos Bica e José Peixoto para um Onofre com bom swing. Sérgio acolheu a multidão que entrou em cena em O Primeiro Dia. E Fausto sublinhou quão actual pode estar Eis Aqui o Agiota.
A ligação ao presente foi, de resto, uma marca de vida activa que contrariou o que muitos poderiam julgar como uma noite de memórias. Ouviram-se canções dos mais recentes discos de cada um dos três, todas elas a vincar caminhos pessoais muito claros, mas que não escondem referências cruzadas em várias etapas das respectivas obras.
Um tom festivo, mesmo informal, dominou a condução dos acontecimentos. As gargalhadas chegaram mesmo de ambos os lados do palco n'O Charlatão, uma das canções do alinhamento que traduzia algumas das mais antigas colaborações entre os músicos em cena.
As reacções da plateia traduziram cumplicidade entre público e cantores quando se cruzaram memórias dos dias em que algumas destas canções foram uma arma. Foram particularmente vibrantes os momentos que acolheram a partilha de clássicos como Maré Alta e Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades. Vibração que cresceu mais ainda ao som de Eu Vi Este Povo a Lutar ou Que Força É Essa (versão O Irmão do Meio). O lirismo gerou outras sensações com Rosalinda. A festa conquistou a sala numa leitura teatralizada de Quatro Quadras Soltas. Houve espaço para lembrar José Afonso em De não Saber o Que Me Espera. E até um inédito: Faz Parte (O Retorno das Audácias). Houve atropelos (ninguém se importou), risos, palmas. E no final, depois de euforia para voz e percussão, cravos vermelhos, para os três. Em duas palavras: simplesmente inesquecível!