The Sin of Nora Moran (1933), de Phil Goldstone — drama policial do começo do período do sonoro, produzido pela Majestic Pictures, é um daqueles títulos que podem simbolizar uma época de profundas transformações, ao mesmo tempo que existem num território difuso, mais ou menos esquecido (a Amazon americana regista a respectiva edição em
DVD, recuperando as sessões duplas da época, em conjunto com
Prison Train, um título de 1938).
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A evocação do filme justifica-se pelo seu... cartaz. De facto, no seu site, T. C. Candler, crítico (e jogador de poker!) de origem inglesa, a viver nos EUA, propõe a sua lista dos melhores
100 cartazes de filmes de sempre —
The Sin of Nora Moran ocupa o nº 1. É uma bela homenagem a um estilo de grafismo que (ainda) integrava as técnicas tradicionais do desenho e da pintura. Para além das singularidades do olhar — naturalmente interessantes —, poderá dizer-se que a lista é tendencialmente anglo-saxónica, com reduzida representação europeia (os soviéticos?) e asiática. Mas não se trata de "corrigir" uma amostragem que, como é óbvio, vale por si e está cheia de magníficos, por vezes lendários, objectos. O "top 3" é completado por
Beleza Americana (1999), de Sam Mendes, e
Pulp Fiction (1994), de Quentin Tarantino. Entre as preciosidades expostas, destaque para
Anatomia de um Crime (1959), de Otto Preminger (nº 39),
Tristana (1970), de Luis Buñuel (nº 70), e
Gun Crazy/Mortalmente Perigosa (1950), de Joseph H. Lewis (nº 97).