WILLY RONIS
Place Vendôme
1947
Porventura o mais depurado autor do realismo poético da fotografia francesa, Willy Ronis faleceu aos 99 anos de idade. Filho de um casal de judeus fugidos às perseguições no Leste da Europa (o pai proveniente da Ucrânia, a mãe da Lituânia), integra uma vaga riquíssima da fotografia europeia, muito marcada pelas convulsões da década de 1930, a par de Robert Capa, Brassaï ou Henri Cartier-Bresson. Depois da Segunda Guerra Mundial, com a sua inserção na agência Rapho, pôde consolidar um estilo de observação do quotidiano partilhado por outros mestres como Robert Doisneau e Édouard Boubat. Dos pequenos acontecimentos sociais, familiares ou profissionais à serenidade dos nus, Ronis construiu um universo capaz de combinar a observação dos detalhes da vida humana com uma discreta, mas intensa, dimensão universal. Daí que, muito justamente, seja frequentemente referido como um humanista. Foi homenageado em 2008 nos Encontros de Arles; também o ano passado, publicou o livro Nues, com textos de Philippe Sollers.
>>> Obituário no jornal Le Monde.