Pânico em Hollywood/What Just Happened é apenas um exemplo próximo e sintomático. De quê? Dos filmes que já não têm tempo — entenda-se: tempo de vida comercial — para encontrar o seu público — este texto foi publicado no Diário de Notícias (26 de Setembro), com o título 'Que faz o marketing?'.
Não gosto de favorecer “estatísticas” construídas a partir de experiências meramente pessoais. Em todo o caso, com o passar dos anos, é inevitável prestar alguma atenção a sinais muito peculiares (aliás confirmados por outros). Assim, sempre me surpreendeu a quantidade de pessoas, espectadores regulares de cinema, que me dizem uma de duas coisas: ou que não sabiam que determinado filme estava em exibição, ou que tentaram ver um outro filme, mas já não o encontraram nas salas...
Não gosto de favorecer “estatísticas” construídas a partir de experiências meramente pessoais. Em todo o caso, com o passar dos anos, é inevitável prestar alguma atenção a sinais muito peculiares (aliás confirmados por outros). Assim, sempre me surpreendeu a quantidade de pessoas, espectadores regulares de cinema, que me dizem uma de duas coisas: ou que não sabiam que determinado filme estava em exibição, ou que tentaram ver um outro filme, mas já não o encontraram nas salas...
Por mim, desconcerta-me o facto de os principais agentes do mercado não darem a devida atenção ao estudo desta conjuntura (quanto mais não seja, porque estão a perder receitas). É uma ilusão considerar que os filmes são “conhecidos” através da comunicação social. Claro que são. Mas isso não deve impedir que se avalie o que o mercado realmente faz para que cada filme encontre o seu público potencial. Isso tem um nome: marketing. E tal como as coisas estão, parece que, muitas vezes, o marketing apenas sabe trabalhar com os filmes que estão antecipadamente vendidos.