Além dos filmes de produção recente, a edição deste ano do festival Queer Lisboa, que amanhã começa no Cinema São Jorge, vai abrir espaço para a memória. Um Espaço Lounge, na Sala Boundi do cinema, propõe diariamente a evocação de algumas figuras e acontecimentos, dos 20 anos da queda do muro de Berlim ao 40º aniversário dos motins de Stonewall, de António Botto a António Variações ou Amália Rodrigues, o centenário de Francis Bacon ou os 70 anos da estreia de O Feiticeiro de Oz, de Victor Fleming. A propósito desta última efeméride, o filme será exibido na sexta-feira dia 25, pelas 19.30, na Sala 1 do Cinema São Jorge. Meia hora antes do início da sessão, no Espaço Lounge, João Lopes evocará a figura de Judy Garland, a protagonista deste musical de absoluta referência na história do cinema.
A memória do cinema passa também por outras duas sessões evocativas de filmes pioneiros do cinema queer. Um deles, fulcral episódio na definição daquilo que então designou como new queer cinema, foi o filme que em 1992 revelou o realizador norte-americano Gregg Araki. Trata-se de The Living End um road movie, de alma lo-fi que une dois homens numa demanda sem rumo, que ganha forma quando um deles, um crítico de cinema freelancer com gosto musical talhado ao sabor indie de finais de 80, descobre que é seropositivo. O filme é exibido em sessão espacial quarta-feira dia 23, pelas 17.00 na Sala Buondi, integrado na secção Queer Market, que assinala o seu lançamento em DVD em Portugal. A entrada nesta sessão é livre, mediante disponibilidade de lugares na sala. Aqui fica o tralier:
Um terceiro foco de memória passa por um outro importante episódio de pioneirismo na história do cinema queer. Trata-se de Westler, do alemão Wieland Speck (hoje o director da secção Panorama da Berlinale). Estreado em 1985, o filme recorda uma história de amor dividida pelo muro na Berlim de então. O filme é apresentado quinta-feira, dia 24, pelas 17.30, na Sala Buondi. A entrada nesta sessão é livre, mediante disponibilidade de lugares na sala.