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No álbum usam o auto-tune, numa altura em que é uma das ferramentas mais contestadas por alguns músicos...
RB - Não o fizemos por haver gente a dizer mal do auto-tune. Há quatro anos isso não acontecia... O auto-tune transformou-se numa ferramenta muito popular. E de repente todos tinham uma opinião sobre o auto-tune. Mas anda por aí há muito tempo...
É interessante trabalhar a voz desta forma?
WM – Acrescenta outra textura. Mas é mais que uma simples ferramente para acrescentar reverb ou compressão.
Uma das canções que gravam no disco é uma versão de I Want You Back, dos Jackson 5. O disco chegou numa altura em que a morte de Michael Jackson era notícia recente... Naturalmente já tinham a versão feita há muito tempo...
RM – Sim… As pessoas perguntam se a fizemos agora, mas acho que todos no fundo sabem que a fizemos há algum tempo.
Porquê esta canção em particular?
RM - Nem sei bem... Acho que foi na faculdade que alguém me disse que seria uma canção interessante de fazer... E gosto muito da linha de baixo...
E porque partilham um tema [Can You Tell] em comum com o álbum dos Ra Ra Riot?
WM - Bom, na verdade a nossa versão [a que chamaram Can You Discover] já existia antes... Esta versão é assim como uma máquina do tempo. Uma espécie de universo alternativo.
Com os Vampire Weekend a juntarse e os Ra Ra Riot a fazer o mesmo mais dia ou menos dia, qual é o futuro para Discovery?
RB – Não temos planos para subir a um palco. Mas queremos fazer mais música juntos no futuro. E talvez acabemos por fazer um outro disco.
Daqui a cinco anos?
RB – Não, talvez mais cedo...
Esta experiência com electrónicas mudou o vosso gosto?
RB – Eu já ouvia muito os Daft Punk quando era mais miúdo…
As vossas bandas não usam computadores e electrónicas com esta intendidade. Vão levar estas ferramentas e modos de trabalho para as vossas bandas?
WM – Sim, creio que isso poderá acontecer. Posso levar para a banda novas formas de compor. Muito do que fizemos no disco tem muito a ver com improvisação.
RB – Creio que o mais importante deste trabalho conjunto que fizemos tem sobretudo a ver com produção. Produzirmo-nos um ao outro. Crieio que isso acontecerá mais no futuro... Um escreve, outro produz... Gostámos de trabalhar desta forma.
Foi difícil chegar ao nome para o álbum?... Chamaram-lhe, simplesmente, LP...
RB - Há uma edição em vinil... Creio que a ideia veio porque, originalmenmte o nosso plano era o de fazer um EP com poucas canções. Seria, assim, o Discovery EP. Mas quando reparámos que tinhamos dez canções, podiamos antes editar um álbum. E chamar-lhe LP vem daí...
Um LP na idade do mp3... E por onde descobrem hoje música nova?... Mais pela rádio ou pela Internet?
RB – Nos tempos da faculdade era mais pela rádio. Agora mais pela Internet.
Compram discos?
RB – Eu voltei a comprar discos.
WM – Eu comprei um gira-discos novo, mas ainda não o instalei.