
Quer isto dizer que um dos programas absolutamente vitais na história da televisão portuguesa não existe conservado na sua totalidade. Se quisermos ser populistas e demagógicos, poderemos sempre escolher um alvo contemporâneo e, como a própria televisão nos ensinou a fazer, encontrar "culpados", proclamar a "justiça" ou a "injustiça" dos resultados, como no futebol. Infelizmente, um caso destes — e quem conheça minimamente a história do património televisivo português sabe que não é um caso isolado — é sintoma de décadas e décadas de um enorme vazio político e cultural.
Uma coisa é certa: na morte de um nome central na história da comédia portuguesa na segunda metade do século XX, é-nos dito, en passant, que nos faltam vestígios e gravações... Será que ainda conseguimos sentir-nos chocados?