Belo filme (e belo cartaz!):
Imagine the Sound (1981), de Ron Mann, preencheu a segunda e última
sessão cinematográfica do "Jazz em Agosto", convocando-nos para uma viagem através do jazz da década de 60, através de quatro nomes essenciais: Cecil Taylor, Paul Bley, Archie Shepp e Bill Dixon — e se outras razões não houvesse, os solos de piano de Cecil Taylor registados por Mann bastariam para conferir ao filme a dimensão de um genuíno clássico.
Até certo ponto,
Imagine the Sound pode ser definido como um documentário mais ou menos tradicional, com números musicais entrecortados por entrevistas. O certo é que há nele uma energia rara que talvez possa resumir-se através de dois pressupostos de trabalho: primeiro, as conversas nascem de uma capacidade de escuta que confere a cada depoimento a vivacidade de um verdadeiro
pensamento em acção (exemplo curiosíssimo: o modo como Paul Bley fala de certos grupos sem bateria e do abandono da noção original de "secção rítmica"); depois, cada momento musical é tratado através de várias câmaras que não procuram nenhum efeito "televisivo", antes mantêm a sua dinâmica de olhar documental. Além do mais — como se pode ler no site das
Sphinx Productions —
Imagine the Sound foi objecto de um cuidadoso restauro que, não só conservou as peculiaridades da película de 16 mm, como permitiu transferir a banda sonora para HD.
Belo filme (e belo cartaz!): Imagine the Sound (1981), de Ron Mann, preencheu a segunda e última sessão cinematográfica do "Jazz em Agosto", convocando-nos para uma viagem através do jazz da década de 60, através de quatro nomes essenciais: Cecil Taylor, Paul Bley, Archie Shepp e Bill Dixon — e se outras razões não houvesse, os solos de piano de Cecil Taylor registados por Mann bastariam para conferir ao filme a dimensão de um genuíno clássico.
Até certo ponto, Imagine the Sound pode ser definido como um documentário mais ou menos tradicional, com números musicais entrecortados por entrevistas. O certo é que há nele uma energia rara que talvez possa resumir-se através de dois pressupostos de trabalho: primeiro, as conversas nascem de uma capacidade de escuta que confere a cada depoimento a vivacidade de um verdadeiro pensamento em acção (exemplo curiosíssimo: o modo como Paul Bley fala de certos grupos sem bateria e do abandono da noção original de "secção rítmica"); depois, cada momento musical é tratado através de várias câmaras que não procuram nenhum efeito "televisivo", antes mantêm a sua dinâmica de olhar documental. Além do mais — como se pode ler no site das Sphinx Productions — Imagine the Sound foi objecto de um cuidadoso restauro que, não só conservou as peculiaridades da película de 16 mm, como permitiu transferir a banda sonora para HD.