A propósito do post anterior sobre cartazes políticos, um visitante do SOUND + VISION enviou-nos a reprodução de dois desses cartazes (um deles já publicado), chamando a atenção para o "uso generalizado do airbrush nos seus protagonistas". Ei-los.
É uma observação tanto mais pertinente quanto confirma que há uma espécie de "limpeza" iconográfica de que as personalidades políticas são objecto, como se fossem forçadas a existir como marionetas perfeitas de um imaginário sem mácula. Aliás, nos exemplos em causa, é também surpreendente que o mesmo azul "neutro" (muito típico de alguns cenários televisivos) seja usado por diferentes formações políticas — como se fosse necessário satisfazer a gramática do "outro", ou melhor, como se apenas existisse uma única, e unívoca, gramática visual.[agradecemos o mail de Ricardo Oliveira]