De origem belga (nasceu em Bruxelas, em 1928), Agnès Varda é um nome incontornável na história do cinema francês do último meio século — incontornável e também inclassificável, de tal modo o seu trabalho oscila entre os delírios da ficção e o concreto do documentário, a elaboração mais obsessiva e a espontaneidade mais imprevisível.
No ano 2000, com Os Respigadores e a Respigadora, Varda descobriu as novas câmaras digitais, ligeiras e "amadoras", e lançou-se num novo registo documental, a meio caminho entre o bloco-notas social e o mais secreto confessionalismo. Podemos redescobri-la, agora, num fascinante prolongamento dessa atitude: As Praias de Agnès é, de uma só vez, um filme sobre a sua vida privada — nomeadamente sobre Jacques Demy, outra grande referência do cinema francês, com quem foi casada de 1962 até à sua morte, em 1990 — e um roteiro sobre o trabalho de imaginar e fazer filmes. Afinal de contas, a temporada de Verão não está reduzida ao ruído dos blockbusters: filmes como As Praias de Agnès são a prova real de uma genuína e contagiante cinefilia.
>>> Agnès Varda em Senses of Cinema.
>>> Os filmes de Varda e Demy no catálogo de Ciné-Tamaris.
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