Sabemos que é nome que hoje corre mundo, mas não deixa de ser supreendente passar entre as ruas do bairro da Conceição (na zona Norte de Banguecoque) e ouvir, vinda da janela de uma casa, a voz de Mariza. A casa é da família Wongngernyuang (com o apelido Dias na memória de outras gerações), cujo filho mais velho, Jirawach, de 21 anos, passou uma temporada em Portugal, onde aprofundou o conhecimento da língua dos seus antepassados. Fala fulente português e hoje trabalha como intérprete.
Na mesma comunidade, em torno da Igreja da Conceição, um outro jovem tailandês despertou para a sua identidade. Patison Benyasut, de 25 anos, é arqueólogo, profissão que escolheu por querer conhecer as suas raízes. Sabe da história da relação dos portugueses com o reino de Sião e já esteve ligado a projectos em Ayutthaya (onde os dois povos se encontraram pela primeira vez, em 1511).Ambos são descendentes de uma comunidade que ali tinha já residentes ainda antes da queda de Ayutthaya. Por trás da igreja da Conceição, construída por um francês em 1836, uma pequena capela assinala a primeira igreja em madeira que, em 1674, ali foi erigida por uma comunidade essencialmente constituída por portugueses. Poucos são os que hoje falam a língua, mas basta ouvi-los dizer os apelidos, para sentir familiaridade: Ribeiro, Dias, Rodrigues, Da Costa, Fonseca… Sabem contar até dez em português. Dizem “pai”, “Mãe”, “benção”, palavras que aprenderam dos avós que lhes contaram que eram descendentes de portugueses. Apesar do cabelo ligeiramente ondulado de Jirawach e Patison, as feições de muitos dos que ali vivem revelam o cruzamento com uma comunidade cambojana que mais tarde ali também se instalou. Tanto que aquele é conhecido na cidade como o bairro cambojano. Para estes habitantes, contudo, é o bairro português.
Na mesma comunidade, em torno da Igreja da Conceição, um outro jovem tailandês despertou para a sua identidade. Patison Benyasut, de 25 anos, é arqueólogo, profissão que escolheu por querer conhecer as suas raízes. Sabe da história da relação dos portugueses com o reino de Sião e já esteve ligado a projectos em Ayutthaya (onde os dois povos se encontraram pela primeira vez, em 1511).Ambos são descendentes de uma comunidade que ali tinha já residentes ainda antes da queda de Ayutthaya. Por trás da igreja da Conceição, construída por um francês em 1836, uma pequena capela assinala a primeira igreja em madeira que, em 1674, ali foi erigida por uma comunidade essencialmente constituída por portugueses. Poucos são os que hoje falam a língua, mas basta ouvi-los dizer os apelidos, para sentir familiaridade: Ribeiro, Dias, Rodrigues, Da Costa, Fonseca… Sabem contar até dez em português. Dizem “pai”, “Mãe”, “benção”, palavras que aprenderam dos avós que lhes contaram que eram descendentes de portugueses. Apesar do cabelo ligeiramente ondulado de Jirawach e Patison, as feições de muitos dos que ali vivem revelam o cruzamento com uma comunidade cambojana que mais tarde ali também se instalou. Tanto que aquele é conhecido na cidade como o bairro cambojano. Para estes habitantes, contudo, é o bairro português.