Home - O Mundo É a Nossa Casa é um filme que nasce de uma experiência balizada pelos valores da fotografia e da ecologia — este texto foi publicado no Diário de Notícias (5 de Junho), com o título 'Defender aquilo que existe'.
No curriculum de Yann Arthus-Bertrand, encontramos diversos álbuns fotográficos sobre as paisagens ameaçadas do planeta Terra (incluindo o muito popular A Terra Vista do Céu) e também outros dedicados a cães, gatos e cavalos. Através de um olhar cândido e contemplativo, aliado a uma técnica cada vez mais sofisticada, a sua obra impôs-se como um testemunho e um requiem: trata-se de celebrar todas as formas de vida e o seu valor mais básico de património da humanidade.
O filme Home – O Mundo É a Nossa Casa surge como uma consequência directa desse trabalho fotográfico. Poderemos considerá-lo politicamente naïf, quanto mais não seja porque, aqui, apenas pressentimos a quantidade imensa de problemas políticos e geo-estratégicos indissociáveis das questões ambientais. O certo é que há nele uma coerência primordial a que, por ironia e complementaridade, apetece chamar fotográfica. Como quem diz: isto existe. Acrescentando, num misto de alegria e angústia: e é preciso defender aquilo que existe.
Além do mais, para lá da especificidade dos seus temas, o lançamento de Home possui componentes que ficam para a história, uma vez que podemos ter acesso ao filme, em simultâneo, nas salas, em DVD e num canal de televisão [dia 5, às 20h28, na RTP2]. Em 2005, nos EUA, Steven Soderbergh tivera o gesto pioneiro de fazer o mesmo tipo de lançamento tripartido com esse filme fabuloso que é Bubble. Ninguém acredita que este passe a ser o padrão universal dos mercados. O certo é que a sua simples experimentação permite-nos perceber que muito do cinema do futuro (ou do futuro do cinema) poderá passar por cruzamentos estratégicos deste género.
No curriculum de Yann Arthus-Bertrand, encontramos diversos álbuns fotográficos sobre as paisagens ameaçadas do planeta Terra (incluindo o muito popular A Terra Vista do Céu) e também outros dedicados a cães, gatos e cavalos. Através de um olhar cândido e contemplativo, aliado a uma técnica cada vez mais sofisticada, a sua obra impôs-se como um testemunho e um requiem: trata-se de celebrar todas as formas de vida e o seu valor mais básico de património da humanidade.
O filme Home – O Mundo É a Nossa Casa surge como uma consequência directa desse trabalho fotográfico. Poderemos considerá-lo politicamente naïf, quanto mais não seja porque, aqui, apenas pressentimos a quantidade imensa de problemas políticos e geo-estratégicos indissociáveis das questões ambientais. O certo é que há nele uma coerência primordial a que, por ironia e complementaridade, apetece chamar fotográfica. Como quem diz: isto existe. Acrescentando, num misto de alegria e angústia: e é preciso defender aquilo que existe.
Além do mais, para lá da especificidade dos seus temas, o lançamento de Home possui componentes que ficam para a história, uma vez que podemos ter acesso ao filme, em simultâneo, nas salas, em DVD e num canal de televisão [dia 5, às 20h28, na RTP2]. Em 2005, nos EUA, Steven Soderbergh tivera o gesto pioneiro de fazer o mesmo tipo de lançamento tripartido com esse filme fabuloso que é Bubble. Ninguém acredita que este passe a ser o padrão universal dos mercados. O certo é que a sua simples experimentação permite-nos perceber que muito do cinema do futuro (ou do futuro do cinema) poderá passar por cruzamentos estratégicos deste género.