
No momento em que surge o quarto capítulo de Terminator/Exterminador Implacável, é inevitável recordar como a trilogia inicial desta saga das máquinas que ameaçam tomar o poder no planeta Terra resume, não apenas o lugar simbólico de Arnold Schwarzenegger no moderno entertainment, mas também uma boa parte da lógica actual dos blockbusters.
O primeiro título da série, Exterminador Implacável (1984), de James Cameron, surgiu como a aposta paradoxal de fazer um espectáculo futurista capaz de jogar no campo das mais gigantescas produções de Hollywood, mas com os meios e, sobretudo, o estilo da tradicional série B. Depois, com recursos muito mais sofisticados, o mesmo Cameron fez O Dia do Julgamento (1991), sem dúvida um dos mais inteligentes objectos de puro espectáculo da década de 90. Com Ascensão das Máquinas (2003), já sem Cameron e com direcção de Jonathan Mostow, assistiu-se à derrocada total da série, perdida numa confusão de explosões e efeitos especiais sem qualquer coerência dramática.

No fundo, assistimos a mais uma repetição da contradição que se estabelece entre os grandes meios (de produção e promoção) e as pequenas ideias. Tudo isto num mercado que continua a lançar directamente em DVD alguns filmes que mereciam melhor sorte...