
Na verdade, há um efeito pandémico do próprio dinheiro, como se já só sentíssemos que as fronteiras do real se podem deslocar quando esse dinheiro impõe, de forma mais ou menos brutal, os sinais da sua circulação. No campo do cinema, hélas!, acontece exactamente o mesmo: a maioria dos novos "cinéfilos" são especialistas em números de bilheteira...
Folow the money... Nenhuma moral, cândida ou cínica, nos pode ajudar a lidar de forma serena com tal conjuntura porque, além do mais, como é óbvio, a condenação das suas estrelas será um gesto pueril e inconsequente. Uma coisa é certa: enquanto assistimos, na primeira fila, à destruição do planeta, continuamos a celebrar o movimento do dinheiro. Será este o fetichismo do capital para o qual Marx, muito antes das monstruosidades que se cometeram em seu nome, nos avisou?